Desobsessão


No sentido amplo da palavra significa o ato de curar alguém da obsessão.
A cura espírita da obsessão baseia-se na conscientização do enfermo e do espírito agressor, posto que o paciente, é o agente da própria cura.
Para isso a Doutrina propõe:
  1. O esclarecimento através do estudo
  2. Renovação interior por intermédio da ação do pensamento e da vontade.

Como evitar a obsessão:

( Conheça a ti mesmo)
Através do exercício constante da análise de si mesmo, o ser humano passa a se conhecer, colocando parâmetros entre o que pode e o que não pode realizar. Com isso passa a perceber as induções mentais que não se coadunam(combinam) com seu modo natural de ser. Quando se conhece, se vigia, não aceitando idéias diferentes das suas. Vivendo de acordo com o preceito de Jesus; "Orai e vigiai, para não cairdes em tentação"
Paulo de Tarso diz: "Tudo me é possível, mas nem tudo me é permitido". Nos alerta através dessas palavras que tudo podemos fazer com o nosso livre arbítrio, mas nem tudo que fazemos se reverterá em nosso proveito espiritual. A sabedoria do espírito é saber discernir entre o que traz felicidade momentânea do que traz a felicidade eterna. A opção da escolha é sua, não podendo a ninguém imputar(atribuir) culpa posterior.

No tratamento da obsessão, não bastam os passes

No tratamento da obsessão não basta assistir a algumas palestras e receber passes ao final da reunião. É claro que palestras e passes são providências úteis, mas não bastam por si sós; é necessário algo mais.
No capítulo 28, itens 81 e seguintes, d´O Evangelho segundo o Espiritismo o Codificador reafirma a importância dos passes, mas acrescenta, como medidas importantes no tratamento, a doutrinação do agente causador da obsessão e a manifestação da vontade por parte do paciente, cuja decisão de se reequilibrar é fator primordial na evolução do processo desobsessivo.

Antes da publicação d´O Evangelho segundo o Espiritismo, em artigo publicado na Revista Espírita de 1862, Kardec referiu-se ao tema, ensinando que no tratamento das obsessões é importante que o paciente se esforce por adquirir a maior soma possível de superioridade por meio da vontade e da aquisição de qualidades morais.

Como se sabe, em um processo desobsessivo é preciso que o paciente consiga dominar-se a si mesmo e, para isso, o recurso mais eficaz é a ação da vontade, secundada pela prece.

É-lhe, ainda, necessário pedir ao anjo guardião e aos bons Espíritos que o assistam na luta, mas não basta solicitar que expulsem o mau Espírito. Lembrando a máxima Ajuda-te, e o céu te ajudará, deve pedir-lhes, sobretudo, a força que lhe falta para vencer as más inclinações, porque são estas que atraem os maus Espíritos, como a carniça atrai as aves de rapina.

Uma outra recomendação de Allan Kardec diz respeito à oração em favor do Espírito causador da obsessão, porque, segundo o Codificador, é possível, com paciência e perseverança, conduzir, na maioria dos casos, o Espírito a melhores sentimentos, transformando-o de obsessor em uma pessoa reconhecida.

De Kardec aos nossos dias, muito tempo se passou e obras inúmeras surgiram tendo por tema o tratamento da obsessão, em face do que se sabe hoje, com toda a certeza, que em um processo obsessivo ambos os litigantes são igualmente enfermos e merecem toda a nossa atenção e o nosso carinho, para que possam erguer-se e dar um novo rumo à história que originou o processo.

Cuidar apenas da pessoa que sofre o jugo obsessivo é um equívoco que não podemos permitir que ocorra em uma casa espírita bem orientada.

A família perante o enfermo:

Há que se destacar que no processo desobsessivo, a família assume papel preponderante(importante,superior), podendo colaborar sobremaneira para que o tratamento da equipe de desobssessão surta o efeito esperado.
Ela, na maioria das vezes é a mais afetada pelo problema, não sabendo como proceder com o enfermo.
Por esse motivo são feitas as seguintes recomendações à família:
  1. Paciência com o enfermo;
  2. Ausência de curiosidade sobre o obsessor;
  3. Não atribuir-lhe (ao obsessor) os acontecimentos desastrosos que os visitem;
  4. Não ter repulsa aos perseguidores;
  5. Não desejar que eles (os perseguidores) sofram o reverso da medalha;
  6. Esperar, sem pressa;
  7. Confiar no tratamento dos bons espíritos;
  8. Não buscar meios violentos ou aparentemente rápidos para desalojar o obsessor;
  9. Orar sinceramente em favor do perseguidor.

Na bíblia em Mateus (5: 43-44) Jesus disse:
Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céu.

A desobsessão no centro espírita:

O Centro Espírita é a peça fundamental para o tratamento da obsessão. Para isso deve dispor de equipe experiente para proceder a recepção e o diálogo com os obsessores.
O seu ambiente é impregnado de fluidos salutares que influi positivamente na reforma moral tanto do desencarnado como do encarnado.
Mantendo reuniões evangélicas ou cursos doutrinários para onde devem ser encaminhados os necessitados encarnados. Também trazidos pelo plano espiritual que assiste a casa, os desencarnados envolvidos no processo receberão esclarecimentos. Assim ambos terão bases sólidas para mudarem hábitos e atitudes, condicionando-se a atitudes mentais mais saudáveis.

A equipe

Deverá ser constituída de pessoas totalmente empenhadas no trabalho, para isso superando todos os obstáculos. Com bases doutrinárias sólidas, não se deixaram abater por impedimentos nem da vida social, nem também ligado a querelas (lamentações) do personalismo, nem tampouco os causados por influências espirituais no decorrer do trabalho.
O ideal é que a equipe seja pequena, porque isso favorece a harmonia entre os seus integrantes, mas esse fato não impede uma equipe grande, desde que se tenha um clima de respeito e fraterno entre todos.
A equipe deverá ser constituída por:
  • Dirigente
  • Médiuns de Incorporação
  • Doutrinadores
  • Médiuns de Sustentação


 O que é essencial no tratamento da obsessão

Vez por outra o tema obsessão volta à discussão porque, como sabemos, muitos dos que nos leem são pessoas que estão dando os primeiros passos no tocante ao conhecimento da doutrina espírita. Além disso, a obsessão continua sendo um dos motivos que mais tem levado espíritas e não-espíritas a buscar ajuda nos centros e instituições espíritas.

Kardec examinou o tema em vários textos da Revista Espírita e nas obras A Gênese, O Livro dos Médiuns e Obras Póstumas, mas é no cap. 28 d´O Evangelho segundo o Espiritismo que o leitor encontrará um roteiro prático que elucida como as obsessões devem ser tratadas.

No capítulo a que nos reportamos, o Codificador do Espiritismo adverte inicialmente que a cura das obsessões graves requer paciência, perseverança e devotamento e exige tato e habilidade, porquanto é preciso, para que a tarefa tenha sucesso, que encaminhemos para o bem Espíritos muitas vezes perversos, endurecidos e astuciosos.

Lembra-nos Kardec que, seja qual for o caráter do Espírito causador da obsessão, nada se obterá pelo constrangimento ou pela ameaça, mas tão-somente pelo ascendente moral daqueles que se dediquem à tarefa. É por isso que é completamente ineficaz a prática dos exorcismos ou o uso de fórmulas, amuletos, talismãs ou qualquer objeto a isso assemelhado.

É preciso que se atue sobre o ser inteligente que provoca a obsessão, ao qual importa se fale com autoridade, que só existe onde há superioridade moral. O objetivo é convencer ou induzir o Espírito perverso a renunciar aos seus desígnios maus e fazer que nele despontem o arrependimento e o desejo do bem, por meio de instruções habilmente ministradas, cujo objetivo é a sua educação moral.

Outra observação importante feita por Kardec é que a obsessão muito prolongada pode ocasionar desordens patológicas e, por isso, requer geralmente tratamento simultâneo ou consecutivo, por meio do magnetismo e da medicina tradicional, com vistas a restabelecer a saúde da pessoa que sofre o assédio obsessivo. E mesmo quando a causa esteja afastada, resta ainda combater os efeitos.

Nos casos de obsessão grave, o obsidiado acha-se como que envolvido e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. Importa, pois, desembaraçá-lo desse fluido, motivo pelo qual recorremos aos chamados passes magnéticos, cuja eficácia é bem conhecida dos que estudam a doutrina espírita.

A participação do indivíduo que sofre o processo – o chamado obsidiado – é outro ponto que Kardec destaca na obra a que nos referimos. É preciso ao obsidiado fortificar sua alma, trabalhar por seu aprimoramento moral, fazer a parte que lhe cabe, sem o que será difícil obter o resultado desejado.

A esse respeito, o Codificador afirma que a tarefa desobsessiva se apresenta mais fácil quando o obsidiado, compreendendo sua situação, presta o concurso de sua vontade e de suas preces, modificando-se moralmente, adotando nova conduta e buscando aprimorar-se espiritualmente, certo de que, no tocante aos processos obsessivos, o melhor médico será sempre ele mesmo.




Escala Espírita:
A classificação dos espíritos funda-se no seu grau de desenvolvimento, nas qualidades por eles adquiridas e nas imperfeições das quais ainda não se livraram. Esta classificação nada tem de absoluta. Neste parâmetro Kardec classificou os espíritos em 3 (três) ordens.

a) PRIMEIRA ORDEM - ESPÍRITOS PUROS

Caracteres Gerais - Predominância do espírito sobre a matéria; superioridade intelectual e moral absoluta.
Classe Única - Espíritos que percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria.

b) SEGUNDA ORDEM / ESPÍRITOS BONS

Caracteres Gerais - Predominância do espírito sobre a matéria, desejo do bem.
Quatro Classes:
  1. Espíritos Benévolos;
  2. Espíritos Sábios;
  3. Espíritos Prudentes;
  4. Espíritos Superiores

c) TERCEIRA ORDEM / ESPÍRITOS IMPERFEITOS

Caracteres Gerais - Predominância da matéria sobre o espírito, propensão ao mal.
Cinco Classes:
  1. Espíritos Impuros;
  2. Espíritos Levianos;
  3. Espíritos pseudo-sábios;
  4. Espíritos Neutros;
  5. Espíritos Batedores e Perturbadores.

NOTA: Enquanto o homem não incorporar em seu comportamento e hábitos as lições de Jesus, a obsessão continuará a existir no meio humano. Com ela, resgatamos os erros do passado, e aprendemos a modificar o nosso relacionamento humano para melhor. Quando superarmos a maldade em nossos corações, saberemos respeitar os direitos do próximo, e a nossa querida terra não mais será habitat de espíritos vingativos e dominadores, que serão banidos por falta de sintonia, da psicosfera da terra. Teremos nos libertado do mal, caminhando rápido para a era do espírito, o mundo de regeneração.
Por isso, a vivência das palavras do Cristo, assume caráter imediato e imperativo, para felicidade nossa e do nosso mundo.